OS SAPATOS DE MARIA
- Giza Garcia
- 7 de mar. de 2022
- 3 min de leitura
Quem conhece Maria pela primeira vez, tem a impressão de que está diante de uma mulher forte, até um pouco autoritária, decidida, e, dona do seu próprio nariz! Mas não é bem assim!

Maria, assim como outras Marias, Anas e tantas mais, sofre da síndrome de “meu marido não pode saber”. Se você ainda não conhece esta síndrome, é ela que faz com que mulheres que tenham os próprios recursos, não se apropriem da autonomia que seu dinheiro traz!
Mas não vamos buscar aqui os motivos da síndrome, vamos deixar isso para especialistas e seguir com a história de Maria.
Um certo dia ela saiu de seu escritório junto com uma amiga. As duas planejavam passar três horas fora com um objetivo bem nobre: fazer um trabalho voluntário! E realmente fizeram, só que acabou bem antes do previsto.
Aproveitando o tempinho que lhes restava do que fora planejado fora do local de trabalho, resolveram passar em uma rua comercial que tinha algumas lojinhas bem interessantes, e, meio que por acaso, se depararam com uma loja de sapatos, em liquidação!
Nem é preciso dizer que cada uma saiu com mais sapatos do que pretendiam comprar. O plano era o de sempre: deixar no porta-malas e guardar quando o marido não estivesse em casa.
Tudo bem, até que Maria se lembrou que naquela manhã, seu marido, foi buscar um representante no aeroporto e tinha deixado algumas amostras de produtos dentro do porta-malas do seu carro. Para ele era mais fácil que subir com tudo aquilo.
A grande questão agora era a seguinte: se ela tirasse as amostras do carro ele ia perguntar o porquê. E ela não tinha o costume de mentir para ele!
Se ela levasse as caixas de sapato para o seu escritório, ele sempre passava por lá para tomar um café na padaria da esquina e ia ver. E ainda para piorar, o marido da amiga também fazia parte desse círculo comercial e os dois estavam juntos.
Então as duas tinham que bolar uma maneira de esconder os sapatos.
Como não era possível deixar no carro, que sempre foi a melhor solução, e não dava para levar para o escritório, Maria sugeriu o seguinte para a amiga:
“Vamos até a minha casa, eu deixo as caixas em cima da cama, e como ele nunca sobe até o quarto assim que chega, assim que chegarmos em casa, eu subo e escondo tudo debaixo da cama e amanhã passo na tua casa e deixo os teus”.
Plano perfeito!
Os quatro tomariam um café depois do expediente, o casal de amigos iria embora, e ela esconderia as caixas. Maria até pensou em já deixar os sapatos debaixo da cama, mas estava na hora de voltar e ela ainda tinha uma reunião e não podia atrasar. Assim, voltaram as duas felizes da vida com a compra e com a solução. Pensando bem, pareciam até duas assaltantes escondendo o produto do roubo!
Expediente encerrado e chegam os dois: Que bom que vocês duas estão aqui, dá para explicar o que são aquele monte de sapatos em cima da cama, pergunta o marido de Maria!
Por ironia do destino o marido de Maria tinha comido algo que não caiu bem no seu estômago e como estava com dor de barriga resolveu passar em casa antes de vir ao escritório para trazer o amigo e tomar o café de sempre!
Chocante!
E aí começa o interrogatório: Aonde vocês foram? porque compraram tantos sapatos? quanto pagaram? blá, blá, blá, blá, blá, blá!
A história acaba com as duas tendo que confessar o “crime”
Mas tudo isso acabou com um final quase feliz! Maria não compra mais sapato escondido com seu próprio dinheiro. Ela compra e assume que comprou porque quis comprar. Lógico que ela também aprendeu a fazer compras mais consciente, mas agora quando o marido diz que não ela não devia comprar alguma coisa que ela acha que precisa ou deseja, porque não estão com dinheiro sobrando, a resposta é a seguinte:
- Se eu deixar para comprar roupa e sapato quando tivermos dinheiro sobrando, vou acabar andando nua e descalça pela rua!
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