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CINCO VIDAS E UMA HISTÓRIA EM RS

  • Foto do escritor: Giza Garcia
    Giza Garcia
  • 17 de mai. de 2024
  • 4 min de leitura

Estamos no ano de 2088 do calendário passado. Mas estamos em um mundo novo e tudo é muito diferente. Dificil até de imaginar!

Mas se você tiver boa imaginação, conseguirá visualizar a minha casa em um vale, cercado de majestosas montanhas, não tão distantes do mar. Eu sempre achei este o cenário ideal: entre o mar e a montanha!

Minha casa fica quase na base do vale, ao lado de um riacho que pouco a pouco se transforma em um rio. Eu posso ver de longe a pequena cachoeira onde ele começou! É quase um filete de água que começa na montanha e vai descendo vale abaixo. Num ponto dele criamos uma piscina de pedras naturais e água fluente, onde nos deliciamos nos dias mais quentes.

A varanda que cerca toda a casa me permite apreciar qualquer canto deste paraíso e descansar ao sabor do vento, ouvindo o canto dos pássaros.

No fundo tenho um forno a lenha que é a minha paixão. Amo fazer pães! E ao lado temos um pomar que exala o ano todo cheiro de frutas deliciosas. Ah, quase esqueci da minha hortinha!

Eu e minha neta Rebecca trabalhamos em um grande Ateliê de costura próximo daqui. Nós e mais algumas pessoas criamos roupas para os que estão voltando a viver. Sempre temos muito trabalho recheado de alegria e  diversão, tudo sem a histeria do velho mundo e sem pressão. Temos tempo para todas as coisas que nos fazem felizes!

Hoje, após o almoço, eu estava sentada na varanda, lendo as notícias de outras terras e tomando meu chá, quando vi chegando pela estrada um pequeno grupo de pessoas.

Os cindo vinham correndo e tão ansiosos que de cara já entendi que não deveriam saber onde estavam.

A primeira que falou comigo foi uma garota adolescente: - Moça, você pode nos informar onde estamos e o que está acontecendo. A gente só se lembra do barulho horrível de nossa casa caindo e nem fazemos ideia de como viemos parar aqui. O que aconteceu? Aqui não está parecendo o RS! Você soube do que aconteceu no RS estes dias né?

Respondo rindo:  - Sim querida, eu soube do que aconteceu no RS, mas não foi estes dias, já se passaram centenas de anos! Todos me olham assustados!

Eu os convido para entrar, afinal digo, não dá para contar esta história assim tão rápido.

Quando digo: que tal um café com bolo, a expressão do rosto deles muda para melhor e vamos entrando. Todos me seguem impressionados com a informação que acabaram de receber.

Na verdade quase só a garota falava. Os demais estavam tão intrigados com a história que mal conseguiam falar, só foram entrando e agradecendo a acolhida.

Olhavam para tudo admirados e nem sabiam o que pensar.

Comecei falando que estávamos em um novo mundo prometido por Deus e contei que as pessoas que tinham morrido estavam sendo ressuscitadas e elas faziam parte deste grupo. Achei lindo que a senhora, que parecia ser a mãe, se ajoelhou e disse: “Obrigado meu Deus, não merecemos tanto”.

Mas aí então as perguntas começaram de uma tal forma que eu nem conseguia responder e eles estavam simplesmente maravilhados com tudo!

Já estávamos tomando café quando Rebecca chegou! Ela logo os reconheceu pelo sotaque gaúcho e assunto então não faltou! 

No meio de tudo isso, faltavam ainda muitas explicações, e eis que de repente eles ouvem o rugido do Léo, que estava passando no quintal. Foi um tal de gente voar da mesa e se trancar nos quartos, que parecia surreal!  Pratos e xicaram foram para o chão, parecia que passou um furação!




Em meio a isso, Rebecca caia na gargalhada e o Léo olhava para nós, como quem diz: Que gente boba, será que nunca viram um leão? -  Não Léo! Um leão manso que gosta de pão, só aqui no novo mundo!

Com as risadas da Rebecca eles voltaram e o comentário de um dos homens foi: Puxa, pensei que ia morrer de novo! Mas agora, mesmo explicando que os animais agora eram mansos, eles ainda não se aventuraram a chegar perto do Léo. E ele, que é louco por um carinho, ganhou um pedaço de pão e foi embora desgostoso!




Ainda tinha muito a ser falado. Queriam sabe como iam conseguir trabalho e alugar uma casa, pelo menos provisoriamente. Explicamos que nossos maridos estavam todos na construção da vila temporária que abrigava os recém-chegados até serem designados para seus respectivos locais. Sim, por aqui todos tem boas moradias e um pedaço de terra suficiente para plantar, colher e viver sossegado. Choraram quando explicamos que aqui não se paga por nada. Todos fazem o que sabem voluntariamente, ajudam uns aos outros e são felizes sempre!

Rebecca já saiu com duas das mulheres para buscar roupa de vestir e roupa de cama no Ateliê. As bonitas já se ofereceram para ajudar no trabalho!

Hoje eles ficarão aqui em casa. Temos 04 dormitórios e espaço suficiente. Amanhã vamos levá-los ao local de registro e tomar as demais providencias.

É bem provável que eles vão querer ir para onde moravam, mas antes disseram que querem aprender o que o Criador e Dador deste presente maravilhoso requer deles.

Já combinei com eles, que se eles forem voltar daqui a um tempo, irei junto para conhecer aquela terra que deve estar irreconhecível. Claro que não da forma triste que foi ficou na época, mas sim um magnifico jardim de beleza, projetada por nosso grande Rei.

Uma coisa é certa! Eles e todos nós temos um futuro grandioso e eterno diante dos olhos. Só depende de nós!

 
 
 

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